A ideia de crescer é, comumente assustadora e genial. Quanto mais se cresce, mais o mundo que você vê cresce também, ampliando seu horizonte, seus sonhos aumentam, seus projetos mudam – também maiores ficavam os medos.
Numa tarde qualquer, em algum momento do meu crescimento, num dia em que meus olhos estavam arregalados, minha avó me chamou para me apresentar um escritor chamado “Pitigrilli”. Ela havia me contado, com o prazer de quem faz uma arte, que esse italiano foi muito criticado e que teve seus livros proibidos, mas que ela havia conseguido um exemplar para ler.
Ela reservou para mim um pequeno trecho de um de seus contos “Coqueiro eu te compreendo, queres subir ao céu, mas a raiz te prende. O seu desejo – de querer o impossível – é igual ao meu – de querer ser feliz.” O texto continuava, mas foi esse trecho, apenas essa ideia que ela queria que eu percebesse.
A partir da imagem do coqueiro, a minha avó conversou comigo sobre sonhos, medos, sensações, desconhecidos e luta. Ela dizia para mim sobre a magia da natureza, do coqueiro que se espicha para chegar mais perto do céu, do tamanho do focinho do tatu que precisa comer formigas. A as girafas, então! Pescoçudas só para se alimentar com as folhas mais novas das árvores.
E dizia: – Você faz parte da natureza e tem a mesma condição de se estruturar para alcançar seus objetivos. Faça com que seu nariz cresça, se preciso for. Espiche-se se isso for necessário, mas sobreviva aos seus sonhos.
Hoje eu continuo vendo os coqueiros de forma especial e aprendi com isso que podemos nos adaptar e nos estruturar para alcançar nossos objetivos.