Num almoço no meio da semana com meu primo Nino, comentei que queria escrever um livro sobre histórias com a minha avó. Meu primo achava que se tratava de um livro infantil e eu não conseguia explicar o que pensava em fazer. Cheguei em casa e comecei a escrever o livro, cujo nome era Minha Avó e Eu.
Um mês depois enviei algumas histórias para o Cesar Romão e o Roberto Shinyashiki. Ambos me incentivaram a escrever mais e mais histórias. Roberto Shinyashiki me convidou para lançar o livro pela Editora Gente. A partir desse momento começou, então, um aprendizado incrível. Como se escolhe um nome, uma capa, como se escolhe a quantidade de histórias. Quais entram, quais ficam fora, como divulgar, como fazer a noite de autógrafos, e assim por diante tem-se um imenso percurso, um caminho de surpresas, emoções e aprendizados.
Assim nasceu o livro Histórias que podem mudar a sua vida. O lançamento foi um dos momentos mais emocionantes que eu já vivi. Família e amigos reunidos, um confraternização inesquecível.
De lá para cá, o livro rendeu muitas outras histórias, alguns leitores me escreveram e trocamos ideias, outros me contaram o quanto se lembraram de sua avó lendo as minhas histórias, teve quem me escreveu porque usou alguma técnica embutida no livro.
De jornalista sempre por trás das câmeras, experimentei o outro lado dessa história e fui entrevistada por vários veículos, jornais, revistas, rádios e programas de TV. Minha primeira entrevista na TV foi justamente com o meu queridíssimo Ronnie Von, onde até aquele momento, eu era a diretora do programa. Outros programas da TV Gazeta, casa onde trabalhei por anos, me abriram espaço. Coma a divulgação do livro, reencontrei muita gente que esteve na minha vida. Mais boas surpresas se encarregaram de me encher de alegria.
O livro me incentivou a escrever artigos e estudar sobre a posição da terceira idade nesses novos tempos. Também dei algumas palestras sobre família e o contato do jovem com o idoso e o quanto dessa relação pode ser benéfica para ambos.
Enfim… Não havia mais livros disponíveis no mercado – edição esgotada. E uma sensação de vazio incrível.
Tornei-me avó por afinidade e afeição, é que o filho do meu marido teve seu primeiro rebento, um bebê lindo, lindo. Comecei a experimentar a sensação de ser avó, onde até então só tinha a experiência de ser neta.
Nesse momento da minha vida, seis anos apor ter lançado o meu livro, uma queridíssima amiga, Cláudia Matarazzo, me convida para um café. O livro da vó foi o tema. Pronto, me deu uma imensa vontade de escrever outras histórias.
Surgiu então o blog: Conselho de Vó. Lá eu misturo histórias que aprendi com a minha avó e aquelas que aprendi com a vida e me coloco disponível para todos aqueles que querem conversar com uma avó.
Muito longe da cadeira de balanço ou do cabelo branco com coque, as avós dessa nova era são sacudidas, vivem intensamente, são motivadas e motivadoras. Trazem experiência e vida para o cotidiano da criança.
Enfim… uma nova etapa de um trabalho que começou numa conversa depois do almoço… a vida acontece a cada passo, a cada ideia, a cada troca de experiência. Todos os dias e noites também.
Eu sempre chamava meu avô para almoçar e desabafar minhas tristezas ou questionamentos. Ele era muito bricalhão, me aconselhava e me deixava leve, feliz!
Quando “o bicho pegava” eu telefonava e dizia: Vô… quer que eu te faça um alomcinho igual aos da fazenda? Esse era meu “grito” de SOCORRO! Ele enendia de imediato. Saudades!
Vó é vó e não tem igual. Sucesso no blog.
Verdade…. Conte-me sua experiência com seus avós, algo que tenha marcado a sua vida.