Por que Conselho de Vó?

Os equipamentos eletrônicos que compramos vem com o ‘manual de instrução’. A partir dele aprendemos para que serve cada botão e temos todos os detalhes do equipamento. Ele já prevê, inclusive, datas para a manutenção das peças. Mas para viver não temos um manual que nos oriente e facilite nosso caminho.

Com a maioria das mães saindo para trabalhar, a avó tem se tornado uma figura muito mais presente na vida das famílias modernas e um novo cenário abre espaço na educação das crianças. Não é mais só a casa do domingo onde a família se reúne, muitas vezes é a avó que fica com os netos enquanto a mãe trabalha.

Essa nova formação da família brasileira pode ser extremamente enriquecedora, especialmente para as meninas, porque a avó é uma figura muito diferente de todas as outras pessoas que temos por perto. A avó já viveu tanto e tudo o que você imaginar, ela já enfrentou de tudo, e talvez com mais dificuldade ainda, porque o universo da mulher tem sido mutante nesses novos tempos.

A avó vê a beleza com outros olhos, porque as rugas e o cabelo branco já lhe fizeram perceber outros aspectos da vida. A avó já amou, já perdeu pessoas, já viu a vida acontecer… A avó é o nosso amanhã, cheia de experiências ligadas por afeto e sabedoria que só muitos natais e muitas passagens de novos anos podem oferecer.

Eu também não tive um manual de instrução de vida, mas me foi concedido o milagre de ter uma avó que soube me passar a sua experiência que a fez  sobreviver feliz toda a sua jornada.

Minhas dúvidas sobre a vida são as mesmas de todas as mulheres. Eu criança, adolescente, jovem e adulta, em todas as fases e a cada momento, encontrei a comunhão da minha avó e seus ensinamentos funcionaram como uma mão que apoia a cada salto. Ela acabou por me fornecer os itens necessários para eu sobreviver nesses novos tempos.

Minha avó foi então o meu manual de instrução, e foi tão valioso para mim que, de repente, fiquei preocupada com aqueles que não tiveram a minha sorte…

Hoje eu sou a avó. Reuni os aprendizados que tive com a minha avó, outros valiosos conselhos vindos de uma tia, da minha mãe, daquela senhora que se tornou amiga, além das minhas próprias experiências. Virei um pote cheio de histórias que resolvi dividir, e mais! Abrir uma porta para ser o “manual de instrução” para aqueles que não tem uma avó por perto.

Tudo o que se aprende através do amor, do exemplo, da boa vontade, é eterno, é global e intenso. Pode chegar aqui. A casa é sua e a avó também!